O gás R-32 tem se destacado como uma opção sustentável e mais eficiente quando o comparamos com outros fluidos usados em sistemas de ar-condicionado e refrigeração. O começo da sua implementação teve início como uma resposta à necessidade de diminuir o impacto ambiental que é causado pelos gases de efeito estufa, em especial os hidrofluorocarbonetos, HFCs, com alto potencial de aquecimento global, GWP – global warming potential, na sigla em inglês.
O gás R-32: histórico e implementação.
Historicamente, o gás R-410A, antecessor do R-32, foi projetado para ser uma alternativa mais sustentável aos gases que contribuíam de maneira significativa para o aquecimento global. Porém o seu GWP alto obrigou o movimento em direção ao uso do R-32 como uma opção menos agressiva ao meio ambiente. O R-32 tem um potencial de aquecimento global muito menor, o que o torna mais sustentável do ponto de vista ambiental.
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No ano de 2013, o fluído R-32 foi instalado em cerca de duzentas e vinte mil unidades de aparelhos ar condicionado split e em cinco mil unidades do tipo comercial leve, tendo grande destaque na época, pois não houve registros de incidentes ou sinistros relacionados ao uso desse gás refrigerante, disseminando, naquele primeiro momento, que seu uso é seguro e confiável.
Uma de suas vantagens frente ao fluído R-410 é que necessita de uma carga menor, o que se traduz em benefícios principalmente ambientais, além dos benefícios operacionais e financeiros.
Considerando que foi lançado recentemente no Brasil, o R-32 ainda tem seus custos altos por conta dos investimentos iniciais na sua implantação no país, como ocorreu em todos os novos fluidos anteriormente. Porém, com o passar dos tempos e com o aumento da sua demanda tanto para instalação quanto para manutenção, estes custos tendem a baixar.
A sua composição mais pura permite que alcance um Potencial de Aquecimento Global – GWP – significativamente mais baixo, marcando apenas 675 contra 2088 do R-410A. Também destacamos a sua densidade menor, permitindo que os sistemas de ar condicionado sejam carregados com menos gás, resultando em um impacto reduzido no efeito estufa e em uma eficiência energética aprimorada.
A classificação da norma ISO 817/2014 classifica o R-32 como um fluído de baixa inflamabilidade e baixa toxicidade, enquadrando-se na categoria A2L. Isso significa que, embora seja um pouco inflamável, o risco de ignição é considerado baixo, em especial quando é manuseado e armazenado de forma correta.
Existem vários vídeos na internet comprovando essa baixíssima inflamabilidade, onde os técnicos abrem o registro do gás com uma fonte de fogo, sem provocar chama.
O lubrificante POE polioléster é 100% sintético e indicado para sistemas de ar condicionado e refrigeração, aplicando-se aos fluidos refrigerantes R-32 e R-410A.
É importante notar que, embora o POE seja compatível com ambos os refrigerantes, as especificações do sistema e as recomendações do fabricante devem ser observadas e seguidas para garantir o máximo desempenho do equipamento e a segurança durante sua operação.
Como eu sempre digo, em primeiro lugar, sempre ler e aplicar tudo o que está escrito no manual do fabricante do aparelho.
Dicas de manuseio e boas práticas com o gás R-32
Teste de Estanqueidade:
A realização do teste de estanqueidade com nitrogênio é um procedimento fundamental na manutenção ou instalação de sistemas de refrigeração, principalmente ao trabalhar com o fluido refrigerante R-32. Este gás exige precisão na operação para dificultar vazamentos que podem afetar significativamente o seu desempenho.
Embora nenhum fluido refrigerante tenha boa relação com micro vazamentos, o R-32 tem muito menos.
Um teste de estanqueidade bem-feito garante que as conexões estejam seguras e que o sistema está hermeticamente fechado, garantindo sua eficiência energética e a segurança enquanto estiver funcionando. A realização do teste e a atenção aos detalhes durante o trabalho é fundamental, pois uma pequena mudança ou variação na carga de R-32 pode acarretar uma alteração na eficiência do aparelho, aumentando o consumo de energia e a uma redução na vida útil do sistema. Por isso, é fundamental seguir as melhores práticas e normas técnicas para a realização deste teste, assegurando a integridade e o alto rendimento do sistema de refrigeração.
Limpeza das tubulações:
Garantir que os tubos estejam completamente limpos e livres de obstruções é crucial: a presença de sujeira ou detritos pode levar a uma série de problemas, o que pode acarretar a diminuição da capacidade de refrigeração e no aumento do risco de falhas no compressor. Técnicos refrigeristas devem seguir rigorosamente as práticas recomendadas de manutenção, assegurando que a limpeza dos tubos seja parte do dia a dia do serviço, ajudando a manter a integridade e a funcionalidade dos aparelhos.
Realização de vácuo no sistema:
Considerando que a umidade é o maior inimigo dos sistemas de refrigeração e ar condicionado, o processo de desidratação das linhas frigorígenas através do procedimento de vácuo é essencial para garantir a longevidade dos sistemas que utilizam o gás R-32. Esse trabalho otimiza o desempenho do equipamento e previne problemas do ponto de vista operacional. Para os técnicos refrigeristas, é fundamental praticar não somente o vácuo do sistema em manutenções como também seguir o protocolo padrão, o que garante a satisfação dos clientes e a sustentabilidade do meio ambiente.
Na Eletrofrigor você encontra a maior variedade de bombas de vácuo para a realização desse trabalho.
Uso de balança para o complemento de gás:
O R-32 precisa de cuidados específicos durante a carga em sistemas de refrigeração e, durante este processo, o uso de uma balança digital para medir a quantidade exata de R-32 é fundamental. A carga por pressão não é recomendada, pois pode levar a um consumo de energia anormal e afetar o rendimento do aparelho.
Manuseio correto e seguro:
No Brasil, a segurança no uso de gases refrigerantes como o R-32 é um assunto cheio de mitos e informações desencontradas. É preciso esclarecer que o R-32, apesar de ser um gás de baixa inflamabilidade e baixa toxicidade, demanda cuidados específicos. A principal preocupação que devemos ter é o cuidado para não acumulação em ambientes fechados, o que pode ocorrer, em caso de vazamentos em grande escala. Usar ferramentas elétricas aterradas, conforme as fichas de segurança do produto, diminui o risco de acidentes durante o trabalho.
Como citado anteriormente, o potencial de aquecimento global do gás R-32 é significativamente menor em comparação a outros gases. Isso não apenas contribui para a redução do impacto ambiental, mas também oferece uma performance melhor quando o assunto é a eficiência energética. Por conta disso, a expectativa é que o R-32 continue como uma escolha predominante no mercado por muitos anos, dada a sua compatibilidade com as tendências de sustentabilidade.
Portanto, é fundamental que os profissionais da área estejam atualizados quanto às melhores práticas de manuseio do R-32 e conscientes do seu papel crítico na transição para soluções mais verdes. Ao dominar o uso do R-32, os técnicos não só estarão à frente na indústria, mas também contribuirão ativamente para um futuro mais sustentável.
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